Quatro anos após uma nova geração de fãs embarcar novamente na nave
Enterprise, Hollywood lança o novo "Star Trek" como um banquete de
efeitos visuais para os amantes da ficção científica, mas "ancorando seu
mundo nas relações dos personagens".
"Star Trek: Além da escuridão" é "visualmente impactante, mas ancora
seu mundo nas relações dos personagens e em suas conexões pessoais",
disse à AFP o ator Zachary Quinto, que interpreta Spock, o popular
tripulante metade humano e metade "vulcaniano".
Dirigida e produzida por JJ Abrams – o mesmo autor da edição de 2009 da
saga –, a nova produção da franquia de cinema e TV "Star Trek" estreia
nesta quinta-feira (16) nas salas dos Estados Unidos, mas chega ao
Brasil apenas no dia 14 de junho.
No entanto, este novo capítulo da saga já estreou na semana passada em
alguns mercados da Europa e da Ásia, com uma arrecadação, até o momento,
de quase US$ 32 milhões.
Neste novo filme, a tripulação da Enterprise deve enfrentar o brutal
ataque terrorista de um ex-membro da Frota Estelar que afeta
psicologicamente o capitão James Kirk (Chris Pine). "Este filme tem um
forte fundo emocional que o torna uma experiência mais gratificante para
a audiência, e não apenas um sucesso de bilheteria. Tem coração",
afirma o ator de 35 anos.
Sequência 'mais evoluída'
A americana de origem porto-riquenha Zoe Saldanha, que interpreta a
tenente Nyota Uhura e forma um par romântico com Spock, também
considerou que a sequência está "mais evoluída" dramaticamente do que a
edição anterior.
JJ Abrams "teve mais liberdade para contar esta história como ele
queria contar, com mais drama, mais escuridão, mais intensidade",
segundo a atriz de 34 anos, que alcançou fama mundial na pele azul de
uma extraterrestre em "Avatar" (2009).
"Os personagens estão mais evoluídos, porque no primeiro filme acabavam
de se formar na Academia e estavam nervosos, inseguros, com muito
medo", explicou. "Agora se sentem mais seguros do que estão fazendo, já
formam parte de uma equipe", acrescentou, comparando as relações na
Enterprise com as estabelecidas entre o elenco durante as filmagens: "A
harmonia que temos na vida real é bem parecida com a harmonia dos
personagens".
Saldanha, que lembrou como uma parte "muito divertida" de seu trabalho
ter tido que aprender a falar o fictício idioma kligon, disse ter
aproveitado, em particular, o empenho de seu personagem em ajudar Spock
"a aceitar seu lado humano" e a se conectar com suas emoções.
A atriz também destacou o valor histórico da franquia, criada
originalmente como uma série de TV nos anos 1960, no contexto da Guerra
Fria. A saga imaginou um futuro onde as diferenças raciais e políticas
já teriam sido superadas.
"Foi uma série concebida com o propósito de mandar uma mensagem de paz
muito forte naquele momento em que havia tanta discórdia entre nações
bem poderosas, como eram a União Soviética, o Japão e os Estados
Unidos", disse a atriz, que começará a gravar a sequência de "Avatar" no
próximo ano.
Ao ser perguntado sobre a possibilidade de um novo capítulo da saga,
Quinto, o Spock, foi prudente. "Normalmente isso é determinado pelo
comportamento do filme" nas bilheterias, afirmou, esclarecendo que, de
qualquer forma, o elenco está "contratualmente comprometido a realizar
ao menos três filmes".
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